sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Por que você deve assistir “Coco (Viva - A vida é uma Festa)”?


Com o nome original “Coco" (2017), a animação ganhou no Brasil o título de Viva – A vida é uma festa, sendo mais um produto Disney/Pixar, com qualidade técnica tradicionalmente reconhecida pelo mundo.

O filme conta a história de Miguel, uma criança mexicana de 12 anos, que sonha em ser um músico famoso. Mas esse sonho esbarra numa forte oposição da família, sobretudo de sua abuela (avó), que não aceita que a música entre em sua casa, de nenhuma forma. Esse comportamento tem origem numa triste experiência que ela vivenciou, quando criança, sendo um dos principais arcos da história do filme.

O cenário não poderia ser mais do que representativo e tradicional da cultura mexicana: o feriado do Dia dos Mortos (El día de Muertos). É nesse dia, 02 de novembro, o único em que os parentes mortos podem visitar os seus familiares vivos, que o pequeno Miguel irá descobrir um segredo que perdura por 100 anos e que mudará a sua vida e da sua família.

E por que estou dizendo que você não deve perder “Coco”?


Há um aspecto no filme que chama bastante atenção e que, particularmente, me trouxe emoção: a relação de Miguel com a sua bisavó, Coco, que além de dar o nome ao filme (pelo menos na versão original, sem dublagem e sem adaptações incoerentes) é parte importante da trama.

Miguel nutre um grande amor por Coco e isso se expressa em gestos e no tempo em que ele se dedica a estar com ela. A relação, apesar das limitações físicas da idosa, mostra-se como uma forte amizade e companheirismo de ambos, fato não tão comum quando há disparidades tão grandes de idade. Geralmente os jovens buscam a companhia de amigos da mesma faixa etária ou próxima à ela. No caso de Miguel, pelo menos no que é mostrado no filme, isso não ocorre.

É importante ressaltar que na cultura mexicana, como em algumas outras culturas, a relação com os parentes mais velhos dá-se de forma muito respeitosa, pois dizem que os mais velhos são dotados de sabedoria e experiência, que podem ser passadas para os mais jovens. Por isso, é comum que muitas famílias vivam na mesma casa com os seus pais, avós, bisavós... até o dia em que eles se "despeçam " deste mundo.

Para Miguel, mais do que obedecer à uma tradição, ter a companhia da bisavó é compartilhar do amor e dos ensinamentos, que só uma vasta experiência de vida pode proporcionar. Já para Coco, poder repassar esses ensinamentos, além de usufruir da companhia frenética do jovem neto, possivelmente potencializa a sua qualidade de vida, retirando-a do isolamento social, tão comum nesse estágio de vida, e, sobretudo, dando-lhe sentido para viver.

Desta forma, ao assistir Coco, a partir da minha recepção do filme, considero que esse é um dos principais ensinamentos da obra, que tem uma mensagem forte e tocante, sobre a importância da família para as nossa formação, enquanto pessoas. Uma ótima pedida para uma ótima tarde de lazer, no cinema.



Hallyson Alves Bezerra
Psicólogo e Historiador
Mestre em História
Especialista em Educação

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